Clique aqui para cadastrar-se CentrodeEstudosdaMemoriaCearense

Clique aqui para cadastrar-se CentrodeEstudosdaMemoriaCearense

CENTRO DE ESTUDOS DA MEMÓRIA CEARENSE

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

O dia em que o cearense vaiou o sol

Há 70 anos, frequentadores da Praça do Ferreira se aglomeravam para vaiar o sol que teimava em aparecer. Registrado por um repórter do O POVO, o episódio daquele 30 de janeiro de 1942 virou um marco da irreverência cearense
Era janeiro de 1942. Fortaleza, então com pouco mais de 180 mil habitantes, nem sonhava com os arranha-céus que tomariam seu espaço. Casas de muros baixos e praças arborizadas do Centro da cidade assistiam aos rapazes de paletó flertar as moçoilas de vestidos alinhados. Nos jornais, notícias da Segunda Guerra Mundial ocupavam boa parte das páginas dos folhetins. O que acontecia noutras terras chegava também através do rádio e deixava os moradores sob tensão.


Pela Praça do Ferreira (que já foi Feira-Nova, Pedro II, da Municipalidade e é do Ferreira desde 1871), o assunto da guerra se dividia com o futebol que era anunciado em placas espalhadas pelos quatro cantos, indicando o match da semana. Por ali, os bebuns capengos se esbarravam com os intelectuais e tropeçavam nos saltos finos das moças da sociedade que se esquivavam da ralé circulante. Na praça os bancos ocupados por toda a “estirpe” de gente (intelectuais, políticos, católicos, comunistas, etc), uma Fortaleza inteira se refletia. Foi exatamente nesse “coração da cidade” que se deu o causo que hoje completa 70 anos.
Uns contam que o tempo apenas estava bonito para chover. Outros dão conta que já chovia forte há dois dias, entrando no terceiro. O Ceará, vindo de uma seca braba, clamava para que o sol desse uma trégua por mais uns dias, mas ele, naquele 30 de janeiro de 1942, teimou em varar as grossas nuvens e apareceu avermelhado no céu.


Passando pelas proximidades da Praça do Ferreira em direção ao setor de redação do O POVO, um repórter “esgueirando-se pelas calçadas molhadas” viu um grupo numeroso de pessoas aglomerado por ali, reparando “o esforço desesperado do sol para aparecer” e registrou os seguintes fatos na edição vespertina daquele mesmo dia. “Olhando para o alto e apontando, começaram uma demonstração estrondosa, vaiando o astro vencido e apagado, naquele momento, num grito uníssono de várias bôcas. Mas afinal o velho Rei das alturas venceu, botando todo corpo vermelho para fora das nuvens e dispersando os vaiadores”.


À época, como tudo o que acontecia na Praça do Ferreira, o ato inesperado foi sabido por boa parte da pequena população fortalezense, mas logo o deu por esquecido. Hoje, o episódio é visto como uma prova que a verve cômica do cearense vem de muito antes de Chico Anysio, Renato Aragão, Tom Cavalcante, Falcão ou Rossicléa. “A molecagem já está bem residente nesta vaia, como já estava na Padaria Espiritual, como estava quando chamavam as moças que namoravam soldados americanos, na época da Segunda Guerra, de garota Coca-Cola. O teatro do Carlos Câmara já traz isso, a música de Ramos Côtoco no início do século 20 também, é algo que vai sendo construído”, aposta o professor e pesquisador Gilmar de Carvalho, que, até uma aluna mostrar-lhe a xérox do O POVO daquele dia, acreditava no fato apenas como uma lenda urbana.


Autor da peça O dia em que vaiaram o sol na Praça do Ferreira, escrita em 1983, Gilmar aponta, no entanto, que a visibilidade hoje dada à vaia é coisa recente. “Em 1976, quando fiz uma pesquisa sobre a molecagem cearense, essa reverência à vaia não era tão forte. Ela foi sendo apropriada pelos humoristas cearenses e o dia em que o sol foi vaiado se torna um momento oficial dessa irreverência do cearense. Acho que de uns 15 anos para cá que tem isso mais forte”.


Ceará fuleiro
O porquê de um episódio nada mais que curioso ter entrado para a história de Fortaleza e ter feito de uma simples vaia um “patrimônio imaterial” do cearense, ninguém define ao certo. Alguns pesquisadores e memorialistas acreditam que só o fato dele ter acontecido onde aconteceu, já é meio caminho para ganhar a visibilidade que tem hoje. “Aqui o pessoal tem essa mania de vaiar tudo e a Praça do Ferreira sempre foi o ponto principal da canalhice, do Ceará moleque”, pontua o pesquisador Miguel Ângelo (Nirez). “Esses apupos eram naturais a esse pessoal que sentava ali na Praça do Ferreira. O cearense é realmente um povo dado a essa forma de vaiar. Padre Quinderé já dizia que Fortaleza era terra de muro baixo: tudo o que acontecia, era muito divulgado, muito mexericado”, reforça o memorialista Zanilo Almada.


A vaia dada ao sol por “alegres circunstantes”, como define o repórter desconhecido do O POVO (a matéria não está assinada), oficializou o dia 30 de janeiro de 1942 como o marco da irreverência do povo cearense. Característica que para alguns cria um estereótipo nada engraçado. “Eu vejo mais como uma espécie de extravasamento do recalque da vida miserável que leva. O povo não leva nada a sério é porque ele também não é levado a sério”, opina o pesquisador Christiano Câmara.


Para outro tanto, o humor sem estereótipos tem lá a sua graça, sim. O sério professor Gilmar é um dos que se rende à ideia. “Através da irreverência, a gente consegue reagir bem às adversidades. Acho que não prejudica a nossa imagem porque fica sempre como uma coisa leve, o cearense não vira uma usina de humor 24 horas. Funciona muito como um tempero que vai tornar a vida mais interessante. Conseguimos ser pessoas vistas como trabalhadoras e, ao mesmo tempo, que vaiam até o sol”.


Saiba mais 
Ao longo da edição de hoje do O POVO, repórteres e editores narram, cada um à sua maneira, o episódio da vaia ao sol.

http://www.opovo.com.br/app/opovo/vidaearte/2012/01/30/noticiasjornalvidaearte,2775144/o-dia-em-que-o-cearense-vaiou-o-sol.shtml

sábado, 12 de novembro de 2011

VERSO E REVERSO DE UMA FORTALEZA

      Antigamente aquelas pessoas que freqüentavam a Praia de Iracema à noite tinham o prazer de saborear uma sopa de cabeça de peixe no Restaurante Conder, o prato tão procurado pelos moradores de Fortaleza custava apenas um cruzado.

       Em Fortaleza nos belos tempos, um ponto bastante movimentado na Praia de Iracema era o Restaurante O Alfredo, o rei da peixada.

      Nos belos tempos dos maiôs cumpridos, os homens se divertiam vendo as cochaças das mulheres que freqüentavam as Praias de Iracema e do Meireles.

      Em tempos idos era salutar caminhar pela Praia de Iracema e visitar os botecos às margens da avenida, com fogareiros, que vendiam peixe  frito e carangueijo...

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

GOVERNADORES DO CEARÁ

Período Colonial
      O primeiro governador do Ceará foi Bernardo Manuel de Vasconcelos, que ficou no poder entre 1799 e 1802. Um dos seus primeiros atos foi a instalação da Junta da Fazenda do Ceará, evidenciando a preocupação lusitana em arrecadar mais tributos. Nessa mesma direção, construiu  o edifício sede da alfândega da Capital e de Aracati (então o principal pólo econômico da capitania), criou casas de inspeção de algodão e, para facilitar a produção sertaneja, abriu várias estradas ligando o interior a Fortaleza.
      Ainda no campo administrativo, Vasconcelos reformulou o quartel da tropa de linha e levantou um conjunto de baterias no Mucuripe para melhor proteção do litoral. Também reedificou as vilas indígenas de Arronches (Parangaba), Soure (Caucaia) e Messejana, bem como instalou as vilas de Russas e Tauá em 1801.
      O segundo governador foi João Carlos Augusto de Oeynhausen e Grwenbourg, de ascendência germânica, jovem afilhado da rainha D. Maria, a "Louca". Administrou a capitania entre 1803 e 1807, quando, além de presenciar as pesadas chuvas do inverno de 1805 (que provocou inundações, desabamentos, mortes...) fez introduzir, em pequena escala, o uso da vacina contra a "bexiga" (varíola), doença que assolava a colônia (chegou mesmo a forçar os habitantes a se vacinarem). Contudo, talvez o fato principal desse período tenha sido a prisão que fez pessoalmente de um poderoso latifundiário chamado Manuel Martins Chaves (parente da família Feitosa), na vila Nova Del Rei (Guaraciaba do Norte).
      O terceiro a ocupar o governo cearense foi Luís Barba Alado de Menezes entre 1808 e 1812. Seu período coincide com a chegada e instalação do príncipe regente D. João e a Família Real portuguesa no Brasil e a posterior abertura dos portos "as nações amigas (1808).
      Foi na administração Barba Alado que se iniciou o comércio direto do Ceará com a Inglaterra. Essa nova rota foi inaugurada pela galera Dois Amigos (pertencente ao rico comerciante português Antônio José Moreira Gomes, estabelecido em Fortaleza desde 1777), que em fevereiro de 1809 saiu da capital cearense transportando sobretudo algodão; depois, outras embarcações norte-americanas, inglesas e portuguesas passaram a fazer tal percurso.
      O quarto governo cearense do período colonial ficou a cabo do coronel de engenheiros Manuel Inácio de Sampaio, mais conhecido por Governador Sampaio, que administrou a capitania entre 1812 e 1820. De todos os governadores desta etapa, foi sem dúvida o mais polêmico, lembrado historicamente como eficiente administrador e, ao mesmo tempo, como um homem autoritário, despótico, ambicioso, "fiel servo del-rei", capaz de praticar barbaridades para "manter a ordem" e, claro, sustentar-se no poder.
      No que refere-se a realizações, Sampaio foi notável. Trouxe para auxiliá-lo o engenheiro português Antônio da Silva Paulet, que elaborou o primeiro plano urbanístico de Fortaleza, visando a ordenar as construções de obras públicas e particulares. Paulet também projetou a reconstrução, em 1812, do forte de Nossa Senhora da Assunção, agora em alvenaria, contando com inúmeras doações, algumas das quais em dinheiro.
      No ano de 1812, Sampaio instalou a repartição local dos correios, além da construção de um mercado público em Fortaleza e da instalação de alfândegas provisórias em Granja, em Sobral e em Crato.
       O quinto e último governador cearense do período colonial foi Francisco Alberto Rubim, que governou de julho de 1820 a novembro de 1821. Seu governo foi muito curto, pois, em novembro de 1821, acabou sendo deposto em um levante militar; seu rápido período no poder caracterizou-se por intensa agitação política, reflexo do que acontecia no resto do Brasil e em Portugal
        Com a deposição do governador Rubim, o governo cearense foi entregue provisoriamente a Francisco Xavier Torres, que realizou eleições para escolha dos representantes cearenses na Assembléia Constituinte Portuguesa.       
O Governo Provisório do Ceará
        O período compreendido entre 1821 e 1825, pode ser considerado como pertinente à fase revolucionária  de grandes agitações políticas.
* O Governo de Francisco Xavier Torres (novembro de 1821 a janeiro de 1822);
* O Primeiro Governo Provisório. Em 15 de janeiro de 1822, foi eleita uma Junta Governativa cearense, dirigida por José Raimundo do Paço de Porbém Barbosa.
* O Segundo Governo Provisório. No dia 22 de janeiro de 1823 assumiu o poder no Ceará uma Junta liderada por Pereira Filgueiras.
* O Terceiro Governo Provisório. A 3 de março de 1823, foi eleita a Terceira Junta Governativa do Ceará, desta vez formada por elementos brasileiros, sob a liderança do padre Francisco Pinheiro Landim. Foi na administração da Landim que a capital cearense foi elevada à condição de cidade, com o nome de Fortaleza de Nova Bragança.
Presidentes do Ceará
* O Governo de Costa Barros (1824). O Dr. Pedro José da Costa Barros foi nomeado pelo império para o governo da Província em 14 de abril de 1824, permanecendo no poder até 28 de abril do mesmo ano.
* O Governo de Tristão Gonçalves (1824). O governo de Tristão Gonçalves se divide em duas fases, sendo uma vinculada ao sistema regencial e outra por extensão ao sistema preconizado pela "República do Equador". Na primeira fase, sua posse se deu a 29 de abril de 1824, como resultado da eleição procedida em Fortaleza e referendada por expressiva maioria do Colégio Eleitoral.
        Em agosto de 1824, Tristão foi escolhido como presidente definitivo da Província, deliberando-se pela anexação do Ceará à Confederação do Equador. Portanto, governou até 17 de outubro de 1824. Passando, pois, o governo do Ceará para as mãos do Vice-presidente José Felix de Azevedo e Sá, que governou até 17 de dezembro do mesmo ano.
* O Governo de Costa Barros (1824-1825). O Dr. Pedro José da Costa Barros assume novamente o governo cearense de 18 de dezembro de 1824 até 13 de janeiro de 1825.
* O Governo de José Felix de Azevedo (1825-1826). Assumiu novamente o poder no Ceará, governando de 14 de janeiro de 1825 até 4 de fevereiro de 1826.
* O Governo de Antônio Sales Nunes Berford (1826-1829). Antonio Sales assumiu o governo do Ceará em 5 de fevereiro de 1826. Nessa época o estado estava falido, castigado pela seca de 1825-26. Seu governo durou até 5 de janeiro de 1829.
* O Governo de José Antônio Machado (1829-1830). Machado assumiu o governo do Ceará em 6 de janeiro de 1829, governando até 6 de abril de 1830.
*O Governo de Joaquim Pereira da Silva(1830). Governo o Ceará de 7 de abril até 8 de julho de 1830, quando transferiu o cargo interinamente, para José de Castro e Silva.
*O Governo de José de Castro e Silva (1830-1831). Governou o Ceará até 7 de dezembro de 1831.
Presidentes do Ceará no período regencial.
* José Mariano de Albuquerque Cavalcante (1831-1833). Assumiu o governo do Ceará, em 8 de dezembro de 1831, era um liberal originário de Santana do Acaraú, que participou da "Revolução de 1817" . Durante seu governo, foi instalada a Tesouraria da Fazenda Provincial com o objetivo de incrementar a arrecadação tributária. Ainda em seu governo, com a entrada em vigor do código de processo criminal do império, o Ceará foi dividido em 6 comarcas (Fortaleza, Sobral, Aracati, Icó, Quixeramobim e Crato).
* Inácio Correia de Vasconcelos (1833-1834). Empossado a 26 de novembro de 1833, Vasconcelos revelou-se um péssimo governante, pois não soube como lidar com as revoltas dos sertanejos.
* José Martiniano de Alencar (1834-1837). O padre José Martiniano de Alencar (Senador Alencar), foi um dos mais polêmicos políticos cearenses do século XIX. Ao lado do bom administrador ficou a controvertida postura de um homem autoritário, intolerante e oportunista.
   Em abril de 1835, Alencar instalou o Banco Provincial do Ceará, a primeira entidade bancária a funcionar no país, depois do Banco do Brasil criado por D. João VI no Rio de Janeiro em 1808.
* Manuel Felizardo de Sousa e Melo (1837-1839). Assumiu a administração da província em dezembro de 1837. Foi um governante altamente conservador, passando a perseguir com toda força seus opositores.
* João Antônio de Miranda (1839-1840). Assumiu o poder, a 15 de fevereiro de 1839, foi um presidente conservador, que passou o curto mandato a lutar contra a maioria liberal da Assembléia Provincial. Deixou o governo em 3 de fevereiro de 1840, indo administrar o Pará.
* Francisco de Sousa Martins (1840). Foi mais um político sem escrúpulos, sem ética e sem caráter, que usou o poder somente para beneficiar a si e a seus aliados.
   Com o golpe liberal da maioridade, Francisco de Sousa Martins foi exonerado, entregando o poder provisoriamente, em 9 de setembro de 1840, ao Vice João Facundo de Castro Menezes.
* João Facundo de Castro Menezes(1840). Governou de 9 de setembro ao final do mês de outubro do mesmo ano.
Governantes cearenses durante o Segundo Reinado
* José Martiniano de Alencar (1840-1841). Com efeito do golpe da maioridade e da ascensão dos liberais ao poder central, o Senador Alencar foi novamente nomeado para presidir o Ceará em outubro de 1840.
   Nesse segundo mandato de Alencar, Sobral foi elevada à condição de cidade, com o nome de Fidelíssima Cidade de Januária de Acaraú (14 de janeiro de 1841). O padre, no entanto, ficou apenas seis meses no governo.
* José Joaquim Coelho (1841-1843). A administração do Barão de Vitória foi marcada pela violência política, cujo exemplo maior foi o assassinato, em 8 de dezembro de 1841, do vice-presidente da província e chefe do partido liberal, major João Facundo de Castro.
   Durante seu governo se instalou a Secretaria de Polícia do Ceará, elevaram-se Aracati e Icó à categoria de cidade e substituiu-se o nome Cidade de Januária por Sobral. Governou o Ceará até março de 1843.
Inácio Correia de Vasconcelos (1844-1847). Durante esse segundo governo presidiu a inauguração do Liceu do Ceará(1845) e a conclusão das obras do Farol do Mucuripe.
Casimiro de Morais sarmento (1847-1848). Durante seu governo foi inaugurado a iluminação artificial de Fortaleza, além do primeiro cemitério da capital, o São Casimiro, o  local onde se encontram as atuais dependências  da RFFSA, tendo sido posteriormente transferido para o arrabalde de Jacarecanga, onde até hoje se encontra, com o nome de Cemitério São João Batista.
Fausto Augusto de Aguiar (1848-1850). Durante seu governo imperou no Ceará o caos e a impunidade.
Inácio Silveira Mota (1850-1851). Durante seu governo foi lançada uma campanha contra os Feitosas, clã que chefiava o partido liberal da província dos Inhamuns.
Joaquim Marcos de Almeida Rego (1851-1853). Seu governo foi marcado por uma epidemia de febre amarela, que provocou inúmeros óbitos.
*  Joaquim Vilela de Castro (1853-1854). Durante seu governo o Ceará foi assolado por uma grande epidemia de febre amarela que provocou inúmeros óbitos e provocou uma crise social sem precedentes.
José Bento da Cunha Figueiredo Júnior (1860-1863). durante seu governo apresentou á Assembléia Legislativa Provincial um relatório que  dá por extinta a  população indígena  do Ceará (9 de outubro de 1863).
Lafayette Rodrigues Pereira (1864-1865). Conhecido como conselheiro Lafayette, durante seu governo foram enviados os primeiros cearenses para a Guerra do Paraguai.
Francisco Teixeira de Sá (1873-1874). Durante seu governo foi instalada a Estrada de Ferro Baturité-Fortaleza (EFB).
Sátiro de Oliveira Dias (1883-1884). Durante seu governo promulgou-se a lei que fazia do Ceará "a primeira província a acabar com a escravidão".
*  Antonio Caio da Silva Prado (1886-1889). Governou o Ceará no período de transição da Monarquia para a República.
Jerônimo Rodrigues de morais Jardim (1889). Foi deposto quando ocorreu o golpe da República, em 1889. Foi na verdade, o último presidente monarquista do Ceará.
Governadores do Ceará durante a República
*   Luís Antônio Ferraz (1889-1891). Assumiu o governo provisoriamente de 16 de novembro de 1889  até 11 de fevereiro de 1891.
*   José Clarindo de Queiroz (1891-1892). Assumiu o governo a 7 de maio de 1891, com o propósito de elaborar a primeira constituição do Estado, bem como eleger o governo constitucional, instalou-se o Congresso Constituinte Cearense.
     Em 16 de julho de 1891, foi promulgada a primeira Constituição do Ceará. Devido a forte oposição, acabou sendo deposto em um levante armado em fevereiro de 1892.
*   José Freire Bezerril Fontinelle (1892-1896). Assumiu o governo em fevereiro de 1892 e durante o seu mandato nada realizou de importante.
A Oligarquia Acciolina
*   Nogueira Accioly (1896-1900). O comendador Antônio Pinto Nogueira Accioly, recebeu o Ceará com saldo financeiro positivo, no entanto, em pouco tempo deixou o Estado falido. Foi comum em seu governo obras faraônicas e corrupção.
      Entre suas realizações destacam-se: a construção de linhas telegráficas estaduais ligando Fortaleza ao interior; construção de pontes e estradas de ferro que nunca foram montadas, mas o dinheiro desapareceu dos cofres públicos.
* Pedro Borges (1900-1904). O governo de Pedro Augusto Borges foi a continuidade da oligarquia acciolina. Durante seu governo deu-se a construção da academia livre de direito do Ceará, além da greve dos catraeiros de Fortaleza e da impunidade dos crimes no sertão.
Nogueira Accioly ( 1904-1908). Durante esse período intensificou-se a luta política entre a oligarquia acciolina e as oposições centradas em Fortaleza.
Nogueira Accioly (1908-1912). Durante esse período deu-se a repressão à passeata das crianças em Fortaleza e outras manifestações populares. A oligarquia chegou ao fim com a revolta popular de 1912. 
*   Franco Rabelo (1912-1914). Para assumir o governo em 1912 Rabelo fez um acordo com Accioly, obtendo o referendo de apenas 12 deputados, quando necessitava de 16. O acordo e a aproximação de Rabelo com o grupo político de Paula Rodrigues levou muito ex-aliados para oposição. Rabelo acabou renunciando em 14 de março de 1914 diante da forte oposição do padre Cícero e de Floro Bartolomeu.
 Setembrino de Carvalho (1914). O general Setembrino assumiu o governo do Ceará como interventor em 15 de março de 1914; ficando no poder até 12 de julho de 1914.
*    Benjamim Liberato Barroso (1914-1916). Administrou o Ceará com o apoio dos conservadores Marretas. Promoveu  intensa perseguição aos criminosos no interior do Ceará. Durante seu governo ocorreu a famosa Seca do Quinze(1915).
 João Tomé de Sabóia e Silva (1916-1920). Durante seu governo ocorreu uma reorganização da economia cearense. Dentre suas realizações estão a construção de açúdes, poços e estradas,além do financiamento a agricultura.
*   Justiniano de Serpa (1920-1923). Serpa assumiu o governo cearense em julho de 1920, quando o Estado ainda sofria com a seca do ano anterior. Renunciou no mês de junho de 1923, transferindo o poder ao vice Ildefonso Albano.
*   Ildefonso Albano (1923-1924). Ildefonso completou o quadriênio. Ex-prefeito de Fortaleza no governo de Franco Rabelo(1912-1914), teve uma administração muito apagada.
*   José Moreira da Rocha (1924-1928). O Desembargador Moreira da Rocha fez um dos piores governos da história cearense. Governo esse marcado por perseguições políticas aos adversários. Durante sua gestão, a população de Fortaleza revoltou-se contra o sistema de transportes, a Coluna Prestes esteve no Ceará e houve um aumento da criminalidade nos sertões.
*   José Carlos de Matos Peixoto (1928-1930). Foi um verdadeiro representante das oligarquias agrárias. Governou o Ceará até a Revolução de 1930.
O Governo de Interventores
*  Fernandes Távora (1930-1931). Foi o primeiro interventor cearense, logo demitido por continuar com as mesmas práticas da República Velha.
Roberto Carneiro de Mendonça (1931-1934). Foi o segundo interventor cearense, "neutro" e "estrangeiro", procurou conciliar os "revolucionários" de 1930 com as antigas oligarquias.
*   Felipe Moreira Lima (1934-1935). Foi o terceiro interventor cearense, acabou por realizar uma gestão muito agitada. Aliado ao PSD, não conseguiu evitar que a LEC vencesse as eleições legislativas de 1934 e indicasse, indiretamente, em 1935, o novo governador do Estado, Menezes Pimentel.
*   Menezes Pimentel (1935-1945). Administrou o Ceará por 10 anos (entre 1935 e 1937, como governador legal, e entre 1937 e 1945, como interventor do Estado Novo). Foi um período de muita violência e perseguição política.
*   Beni de Carvalho (1945-1946). O interventor Beni de Carvalho, ficou no poder até 10 de janeiro de 1946.
*   Tomás Pompeu Filho (1946). Governou  apenas 5 dias
Acrísio Moreira da Rocha (1946). Assumiu como interventor a 15 de janeiro de 1946, permanecendo apenas 26 dias no poder.
*   Pedro Firmeza (1946). Ex-ministro do Tribunal de contas do Distrito Federal (RJ), foi nomeado com o apoio do PDS. Permaneceu no poder até 28 de outubro de 1946.
*   Machado Lopes (1946-1947). O coronel Machado Lopes permaneceu no poder de outubro de 1946 até janeiro de 1947.
*   Feliciano Augusto de Athayde (1947). O desembargador Athayde não fez de importante. Deu posse ao primeiro governo eleito diretamente após a redemocratização do país.
A Redemocratização
* Faustino de Albuquerque (1947-1951). Seu governo foi marcado por perseguições aos adversários e sucessivas crises políticas.
Raul Barbosa (1951-1954). Realizou uma tímida administração.
Stênio Gomes (1954-1955). Vice de Barbosa assumiu o governo provisoriamente.
*  Paulo Sarasate (1955-1958). Durante seu governo ocorreram grandes atritos entre a situação e a oposição.
*  Flávio Marcílio (1958-1959). Concluiu o mandato de Paulo Sarasate.
* Parsival Barroso (1959-1963). Durante seu governo foi criada a Secretaria de Agricultura, Indústria e Comércio, fundou o Partido Trabalhista Nacional (PTN) e apoiou a União Pelo Ceará, coligação envolvendo UDN e PSD em torno da candidatura governamental de Virgílio Távora.
Governadores do Ceará durante a Ditadura Militar
* Virgílio Távora (1963-1966). Governo iniciado em 1963, fechou o ciclo de institucionalização democrática e terá prosseguimento ao longo do sistema implantado pelo golpe militar de 1964. O coronel Virgílio elegeu-se pela chamada "União Pelo Ceará", reunindo UDN e PSD e tendo como companheiro de chapa o deputado Joaquim de Figueiredo Correia.
    Durante o seu governo, foi criado o Distrito Industrial de Fortaleza, inaugurou-se o Banco do Estado do Ceará (BEC), a Companhia Docas do Ceará, promoveu-se o saneamento das finanças públicas e deu-se início ao asfaltamento da malha viária até então mantida precariamente com embasamento de piçarra.
 Plácido Castelo (1966-1971). Nascido sob a influência do recém-implantado regime militar, o governo de Plácido Castelo tomou forma absolutamente gerencial, sem criatividade e sem se ater aos desafios do progresso. O seu governo iniciou-se em setembro de 1966, período em que política partidária e política econômica tomavam isoladamente seus respectivos destinos.
      Dentre as realizações de Plácido Castelo destacam-se: a criação do Banco de Desenvolvimento do Ceará (Bandece), a pavimentação da estrada do algodão, a edificação de escolas, hospitais, açudes, presídios e até o magnífico estádio do Castelão.
O Ciclo do Coronéis
 César Cals (1971-1975). Assumiu o governo do Ceará a 15 de março de 1971. Estreante em política, logo revelou suas inclinações partidárias, com a criação do "Cesismo" ou formação de tendência política em torno de sua liderança. Inaugurava o "Coronelismo" propriamente dito, com a divisão do PDS em três grupos distintos, ficando as duas tendências, uma com o Coronel Virgílio Távora e outra com o Coronel Adauto Bezerra. Formou-se, então, o "Cesismo", o "Virgilismo" e o "Adautismo" ou Trindade do poder do coronelismo no Ceará.
      Durante seu governo foi edificado o Teatro da Emcetur, o Centro de Convenções de fortaleza e a Rodoviária também da Capital.
*   Adauto Bezerra (1975-1978). Assumiu o governo no início de 1975. Foi um continuador do sistema implantado por Cals, limitando-se à manutenção do clientelismo, forma bastante salutar aos interesses políticos.
      Entre suas realizações destacam-se: a dinamização dos setores energéticos, com a extensão de linhas ao interior, especialmente nas zonas rurais. Foi responsável pela construção da chamada "Obra do Século" ou a implantação do Interceptor Oceânico na Capital, empreendimento que resultaria em mais uma fonte de corrupção administrativa. Envolveu somas mirabolantes, cobriu-se de propaganda e nada resultou em termos de saneamneto urbano.
*   Virgílio Távora (1978-1982). O penúltimo governo do ciclo dos coronéis se deu com a reedição do Coronel Virgílio Távora no poder. Nessa fase, a despeito das distorções tendentes ao clientelismo, sua administração ainda se orientou dentro das técnicas de planejamento. Instituiu o PLAMEG II. Houve como consequência a reativação do Distrito Industrial de Fortaleza, a dinamização do turismo e a ampliação do sistema de abastecimento de água da Capital, com previsão de atendimento até o ano dois mil
*   Gonzaga Mota (1983-1987). Foi o último dos governantes do Ceará vinculados ao ciclo dos coronéis. O professor Luís de Gonzaga Fonseca Mota, economista foi recrutado pelo Coronel Virgílio Távora para servir na sua administração como Secretário de Planejamento. O seu nome surgiu como uma forma de solucionar o impasse entre os três Coronéis que brigavam pelo poder. No entanto, Gonzaga Mota traiu os Coronéis  aliando-se aos empresários da FIEC.
A Era Tasso
      O ciclo dos coronéis no Ceará acabaram a partir de 15 de março de 1987, com a transferência oficial do poder para o jovem empresário Tasso Jereissati.
*    Tasso Jereissati (1987-1991). Tasso foi eleito com 52,3% dos votos, contra 30% do Coronel Adauto Bezerra.
        O então jovem empresário tinha o apoio de Gonzaga Mota e do presidente José Sarney, no auge de sua popularidade com o Plano Cruzado. Tasso tinha a imagem da renovação, apoio de setores do empresariado e de grupos organizados num movimento chamado Pró-Mudanças, que agitou o Estado.
         O governo Tasso, para uns, representou uma mudança profunda na cultura política cearense, através da modernização, do equilíbrio fiscal, econômicoe financeiro e da recuperação da credibilidade do Estado. Para outros, uma alteração significativa, porém acompanhada de altos índices de miséria e pobreza, concentração de renda e desemprego.
*   Ciro Gomes (1991-1995). Ciro foi eleito pela Coligação Geração Ceará Melhor com 54,3% dos votos contra 36,9% de Lustosa da Costa da Coligação Compromisso Ceará Verdade. A coligação governista ainda elegeu Beni Veras para o Senado, 10 dos 22 deputados federais e 22 dos 46 deputados estaduais.
      Polêmico por natureza e brilhante orador, Ciro continuou o projeto burguês iniciado por Tasso, contando agora com total apoio da Assembléia Legislativa. Em sua gestão, para melhor ouvir a elite econômica, criou o "pacto de cooperação empresário/governo", ao mesmo tempo em que desenvolvia importante política industrial. Nos anos de 1992 e 1993, ocorreu uma grave seca no Estado e mais uma vez verificou-se a fome em larga escala e miséria no sertão. Para conter o colapso de abastecimento de água no Ceará, Ciro criou o chamado "Canal do Trabalhador", um canal de 115 km construído em três meses para levar água do açudes de Orós para a Capital. Nesse período, o governo recebeu um prêmio internacional pela redução da mortalidade infantil.
*  Tasso Jereissati (1995-1999). Tasso retornou ao Palácio da Cambeba nas eleições de 1994, onde obteve 43,8% dos votos, derrotando no 1º turno o seu principal opositor, Juraci Magalhães.
      Dentre as realizações de Tasso, destacam-se: a recuperação da estrutura fiscal do Estado, aumento do produto interno bruto (PIB) do Ceará em 5,3%, instalação de mais de 454 empresas industriais, sobretudo nos ramos metalmecânico, calçadistas, têxtil e de confecções e eletroeletrônicos.
*     Tasso Jereissati (1999-2003). Foi  reeleito em 1998, fortalecendo ainda mais o poder dos empresários no Estado. Nessa nova gestão, foram realizados projetos audaciosos, como as construções industriais do Porto do Pecém, do aeroporto de Fortaleza e a instalação de uma siderúrgica.
*      Lúcio Alcântara (2003-2006) Foi eleito no 2º turno em 27 de outubro de 2002 com uma pequena diferença de 3.047 votos a mais que a do candidato do PT José Airton Cirilo.Com um placar apertado, a certeza da vitória só chegou nos três últimos boletins divulgados pelo TRE pouco antes da meia-noite. Lúcio venceu com 50,04% dos votos, dando continuidade ao governo de Tasso Jereissati, eleito Senador.
         O governo de Lúcio Alcântara o início de seu governo é marcado por crises na educação e na saúde.Já no final de seu governo algumas obras foram retomadas: o Metrofor, a Siderúrgica e outras obras pelo resto do Estado.

Cid Ferreira Gomes (2007-2010) Governador eleito pelo PSB (Partido Socialista Brasileiro) com mais de 60% dos votos, venceu com folga o adversário Lúcio Alcântara do PSDB. O governador Cid Gomes tem como vice o professor Francisco Pinheiro do PT (Partido dos Trabalhadores). Em 2010 Cid Gomes foi reeleito, tendo como vice Domingos Filho do PMDB.

VOCÊ SABIA?


 Vista de Fortaleza em 1962.

Em 1962, dois anos antes do golpe militar, Hélio Modesto entrega o Plano
Diretor de Fortaleza, inovando com sua abordagem integrada, que 
consideravaaspectos físicos, sociais e econômicos. No seu Plano, estava 
contemplada a preocupação com a problemática das favelas, destacando a do
Pirambu  e a do Mucuripe, e já indicava a ineficiência da transferência da 
população em  decorrencia das distancias entre as futuras residências do 
setor produtivo e do Centro. Assim, consolida-se a proposta de incentivar 
a criação de centros de bairros.